PEDRINHO “COXA BRANCA” – “FELIZ ANO NOVO”.
Sem inspiração, procuro atender ao pedido de um amigo. Havia ele me questionado, por que eu ainda não teria feito uma crônica sobre o “Pedrinho Coxa Branca”? Imediatamente me veio na mente a figura magra, de bermuda, um par de tênis, o óculos subindo e descendo do nariz e a camisa do “glorioso” Coritiba F.C.. Calor, chuva ou frio este é o uniforme do Pedrinho.
Realmente, esta figura única é merecedora de algumas palavras. Algumas, não. Muitas. Esse é o problema!
Pois bem, dia 31 de dezembro, estávamos reunidos na cantina do João Português, não todos, alguns estavam viajando. Um calor insuportável. Psiquê havia brigado com o Pedrinho, a razão “teria sido” um atabaque desafinado. No dia seguinte já se ajustaram, como sempre.
Voltando ao dia 31 de dezembro, o nosso personagem, estava tomando cerveja desde às 15 horas, estava feliz, cantava seus sambas e machucava o atabaque do Psiquê, acompanhando o nosso sambista e violonista boliviano Jaime, esforçadíssimo.
Lembro-me, que lá pelas 18h30min, chegou seu cunhado Rogério acompanhado do filho. Pedrinho pegou mais uma Skol, a décima primeira, segundo as garrafas vazias guardadas em um local só dele. Rogério veio buscar o Pedro para levá-lo a sua casa para os festejos de ano novo.
Lombinho, avestruz, peru, farofa, cidra Cereser, champanhe Chuva de Prata e etc...
Ocorre que, o Rogério também não é flor que se cheire, pediu a primeira e ai....
Saí do João Português às oito horas, sob intimação telefônica, e eles lá ficaram, se bem me lembro, o Guto também tinha sido intimado.
Pois bem, conta a história que o Rogério levou o Pedro para casa, ia tomar um banho e trocar de roupa (outra bermuda e camisa do título da segundona). No carro Pedrinho dormiu.
Após o banho, ou seja, uma hora e meia depois de chegarem em casa, nosso amigo Coxa Branca para desespero do Rogério decidiu que não ia mais festejar o ano novo com a família. Ficaria sozinho em casa e bêbado. Discutiram e o Pedrinho venceu. Ficou sozinho.
Só não contava com a companhia de um Balantines novinho e lacrado que estava em sua estante.
Inconscientemente, deixou o quarto na penumbra, uma pequena arandela e a claridade da tela do computador. Olhou para a garrafa... E a garrafa olhou pra ele... Desviou o olhar dizendo “wisky não é a minha praia”, mas o “Bala”, ali, inerte a observá-lo, insinuante, provocante, buliçoso, mal intencionado, tal qual uma prostituta no cio, pronta para um ritual bacante... Ah, o deus Baco...!
Sentado em frente ao computador, com o messenger em pleno embalo. Pedro olhou de soslaio e o “Bala”? O Bala parecia tirar a roupa e querer voar para o Pedro de gargalo aberto pronto para abocanhá-lo. Acontecia ali, um frenesi, jogo de sensualidade, provocação, aquilo não era carnal era muito mais que isso, era uma tentativa de sublimação de desejos incontidos. A alma não queria rasgar sua pureza, mas a carne já em frangalhos naufragava no desejo, Pedrinho já não estava só. Os fogos espocavam – alguém já disse isso – parecia que a balbúrdia queria envolvê-los em uma suruba secreta de ano novo. Pedrinho e o Balantines.
Pedro com os óculos na ponta do nariz lambeu os lábios, cruzou os dedos das mãos, levantou-as até em cima da cabeça, desalinhou os cabelos, fazendo uma careta que fez enrugar até o seu pescoço. Foi até a cozinha, pegou torradinhas, maionese e requeijão. O Balantines imóvel, já estava nu... despido de pudores, aos olhos do ator aquilo era o início. Preliminares que a libido queria dissimular, odores excitantes, feromoniais pairavam no ar, A atmosfera conspirava em prol do prazer, etílico é claro.
Sentar novamente em frente ao computador e conversar com os solitários da noite, não seria um gozo digno de quem decidiu ficar só na noite da passagem de ano. Seria o “Bala” a companhia que faltava?
A grande “caca” estava para acontecer.
A primeira grande frase do ano: se o DOUTOR GUTO TOMA EU TAMBÉM TOMO!!! (Guto é nosso amigo e só toma wisky).
O namoro, acompanhado de delírio e insensatez, transformou-se em verdadeira alucinação, Pedro agarrou aquela garrafa, como se agarra uma dama, logo após ter passado dez anos na prisão e a folia durou a noite toda, Pedro abandonou o “Bala” esgotado, fatigado, sem reações, uma garrafa sequinha abandonada ao léu e ele...
Vi o Pedro dia primeiro de janeiro de 2008, à tarde, tomando cerveja com neosaldina “pra rebater” (sic). Verdadeiro destroço de guerra, acabado, que nem manga chupada.
Geraldo Doni Júnior - 03/01/2008
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