E o Pedrinho tá no Rio de Janeiro.
Levou o sobrinho, três bermudas, 18 camisas do Coritiba FC, uma cueca, uma havaiana, um roteiro de bares que vai da Lapa até a Barra da Tijuca.
Não sei o que ele foi fazer lá. Penso que temos bons bares aqui!
quarta-feira, 16 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
CADÊ O MEU DENTE?
Por detrás de cada mito se oculta uma verdade perdida.
Perdido estava o dente, o da frente, o de cima, o do sorriso, da fala, do choro, aquele que todos vêem, aquele que passa o ventinho, que quando a gente fala assobia, a língua fica “plesa”. Perdido, também, estava o dono do dente, ou do pedaço que restara, ou quem sabe o proprietário do “sorriso de janela”.
Eta dentadura caprichosa!
Pois é, as arcadas do Tribunal balançaram, um futuro e promissor desembargador...sem o dentão da frente? Oh não! Daria azo para uma sessão especial do Pleno para decidirem o destino daquela boca.
Foi um grito suplicante. Cadê o meu dente? Ajudem-me a procurá-lo, please! (viadice não!) Espanto geral, agimos rápido, todos debaixo da mesa. Embaixo da mesa? Por quê não em cima dela? A porra do dente caiu em baixo da mesa.
Confraria umbralina, subalterna aos poderes superiores, dívida cármica, anjos decaídos a procurar o dente do meritíssimo, reunião digna de um retrato de Jean Gordaux numa lente sépia. Onde estaria aquele mísero pedacinho de osso? Todos, comovidos e com compaixão, unidos por um só ideal...um dente, que deveria voltar para o lugar de onde jamais deveria ter saído, afinal, amigo é pra todas as horas.
Os olhares se encontraram por debaixo da toalha que recobria a mesa, oito marmanjos de quatro, a gargalhada foi geral, exceto por alguém que não abria a boca, portanto, não ria. Adivinhem quem era? Acertou, quem pensou no dono do dente.
Atrás do senho franzido percebia-se um suave desespero. Iria para Buenos Aires no dia seguinte para passar os feriados de carnaval, acabara de reatar com a namorada, recebera os atrasados que lhe eram devidos, contudo, não tinha mais a serenidade de um julgador. Onde já se viu um juiz sem o dente da frente, com a namorada, passeando na Calle Florida!
Achei! Disse alguém! Ali, junto ao pé da mesa encostado na parede, foi um ufa geral, os joelhos dos meninos doíam, pois há séculos não faziam exercício a não ser o de levantar copos. Após levíssimos alongamentos, preocupavam-se em encontrar um dentista em caráter emergencial para que viagem pudesse ser realizada no dia seguinte. Portanto, a procura continuava, agora, por um dentista sóbrio.
Encontrado o operador da arte de recuperar dentes perdidos, mandíbulas e anexos, primo do cunhado do irmão de alguém, lá foi o nosso magistrado, carregado como se fora uma velha senhora a beira de uma crise de nervos, para a clínica odontológica com todos os cuidados que merece, pois é o único togado que temos na turma.
Gambiarra feita, o doutor, agora, endentado (essa inventei agora), voltou para um último gole, mas por via das dúvidas, passara em um mercado e comprara um tubinho de cola super bonder, vai que na Argentina não tem...
Afinal, por detrás de cada mito se encontra uma verdade perdida.
Mito: Juiz não quebra o dente da frente.
Verdade perdida: Juvenal o Juiz pode ter uma entrada de ar frontal.
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